Trazendo pra cá de forma a não desperdiçar os argumentos das pessoas no Shoutbox.
Falando sobre renda dos mangakás, alguns deles precisam fazer por onde pra merecerem o salário que ganham, e cometendo algumas injustiças, o ensino universitário brasileiro também anda por aí.
Sei que a educação pública tem sido sucateada, e posto isso em tópico justamente pra permitir que respondam o que eu vier a dizer, mas o ensino universitário hoje em dia é completamente desconectado da realidade do mercado de trabalho. Conheço inúmeros profissionais que consideram que não tiveram a formação que era necessária na faculdade e precisaram de outros cursos e experiência própria para serem bem sucedidos (isso quando não há o velho Q.I., né?).
Como professor eu mesmo, posso afirmar que boa parte das aulas que assistí na faculdade foram bem fáceis de serem preparadas: apresentação de slides que se repetem todo período e em vários cursos, sobre o único assunto que aquela pessoa é cobrada de saber. E pra uma platéia seleta de gente que se comporta e que quer aprender. Piece of cake. (já preparei aulas pra orientadores meus tb, tá gente)
Professores universitários ganham um inicial de 6000 reais, que pode subir com mestrado e doutorado em porcentagem. Sua dedicação é de 40 horas semanais, sendo 30% do tempo (+ de 10 horas)para o preparo das aulas, sua única obrigação real. Podem cumprir ao todo 10 horas destas 40 em sala de aula, e o resto usarem como quisérem.
A título de comparação, um professor do estado ganha (com dois empregos) 1340 reais. Pode aumentar 200 reais caso tenha mestrado e 400 se tiver doutorado (total de 600 reais).
A dedicação é de 36 horas (com os dois empregos, e passa de 40 fácil com extra-classe) sendo 8 para o preparo de aulas, e 24 em sala, que precisam ser: interessantes, levar em conta a realidade do aluno, ensinar valores sociais, prevenir contra as drogas, prevenir contra a violência, identificar alunos especiais, prevenir contra a gravidez e DSTs na adolescência E ATINGIR AS METAS DE DESEMPENHO DO IDEB! Os alunos são os mais variados possíveis e estão na escola por obrigação, depois de apanharem do pai bêbado porque se faltassem perderíam o bolsa família.
O tempo que um professor universitário usa como quer serve na maioria dos casos para o desenvolvimento de pesquisas, sem as quais nosso país estaría na idade dapedra Honduras. Porém, servem para aumentar em muito o salário dos professores caso o façam. E pasmem, muitas vezes é só pra isso.
A bem da verdade muitas pesquisas são completamente inúteis. Como repetir um experimento já conhecido com uma população de um local diferente. Será que vamos testar com todas as populações pra ver o que dá?? Mas científicamente conta, e é publicável. Ou então testar um corante em células de escorpião só pq nunca fizeram antes. A meu ver, sem problemas se tivesse alguma justificativa pra tentativa que não fosse o "ainda não fizeram", como se algo feito antes desse a entender que havería alí uma possibilidade interessante. Mas também conta pra publicação.
Não estou aqui pra dizer que todo pesquisador é inútil. Eu sei bem que assim como existem professores que sentam na carteira e dispensam os alunos, ou abrem o jornal e esperam o sinal bater, existem também os pesquisadores bons e os ruins. Sempre existem os bons e os ruins. O que tenho que ir contra é a discrepância de condições.
Pelo menos no Rio de Janeiro o argumento de que seria muito oneroso pagar bem tantos professores quanto os do ensino básico não cola. Existem verbas suficientes para pagar até o mesmo valor, só no superávit (dinheiro sem destino).
O argumento da dedicação também não me convence nem um pouco, pois já corrigí artigos pra publicação no exterior, e já preparei aulas. Tenho um mínimo de 200 alunos por semestre (no EJA esse número varia por semestre), e um catatau de coisas pra corrigir em casa que varam as 40 horas de trabalho semanais facilmente.
E se fôr pelos títulos menos ainda: já tirei notas maiores que a maioria dos doutores em concursos na área, perdendo apenas por causa dos títulos, além de achar pessoalmente que a experiência de trabalho valeu muito mais que as teorias lidas em artigos. Pelo menos na educação e na engenharía são assim, como me contam os engenheiros bem sucedidos que conheço por conta do meu pai, tb engenheiro e bem sucedido.
Óbviamente criticar é fácil, e não vou dizer que o ensino universitário é uma droga. Assim como o "especialista em educação do jornal nacional" (sic), doutorando que visitou salas de aula pra dizer o que tinha de errado que podia ser melhorado, eu posso dar uma palhinha do que tem a melhorar com os colegas tb.
E além disso, é claro, chamar a atenção da questão que não quer calar: porque afinal a discrepância de valorização?
Falando sobre renda dos mangakás, alguns deles precisam fazer por onde pra merecerem o salário que ganham, e cometendo algumas injustiças, o ensino universitário brasileiro também anda por aí.
Sei que a educação pública tem sido sucateada, e posto isso em tópico justamente pra permitir que respondam o que eu vier a dizer, mas o ensino universitário hoje em dia é completamente desconectado da realidade do mercado de trabalho. Conheço inúmeros profissionais que consideram que não tiveram a formação que era necessária na faculdade e precisaram de outros cursos e experiência própria para serem bem sucedidos (isso quando não há o velho Q.I., né?).
Como professor eu mesmo, posso afirmar que boa parte das aulas que assistí na faculdade foram bem fáceis de serem preparadas: apresentação de slides que se repetem todo período e em vários cursos, sobre o único assunto que aquela pessoa é cobrada de saber. E pra uma platéia seleta de gente que se comporta e que quer aprender. Piece of cake. (já preparei aulas pra orientadores meus tb, tá gente)
Professores universitários ganham um inicial de 6000 reais, que pode subir com mestrado e doutorado em porcentagem. Sua dedicação é de 40 horas semanais, sendo 30% do tempo (+ de 10 horas)para o preparo das aulas, sua única obrigação real. Podem cumprir ao todo 10 horas destas 40 em sala de aula, e o resto usarem como quisérem.
A título de comparação, um professor do estado ganha (com dois empregos) 1340 reais. Pode aumentar 200 reais caso tenha mestrado e 400 se tiver doutorado (total de 600 reais).
A dedicação é de 36 horas (com os dois empregos, e passa de 40 fácil com extra-classe) sendo 8 para o preparo de aulas, e 24 em sala, que precisam ser: interessantes, levar em conta a realidade do aluno, ensinar valores sociais, prevenir contra as drogas, prevenir contra a violência, identificar alunos especiais, prevenir contra a gravidez e DSTs na adolescência E ATINGIR AS METAS DE DESEMPENHO DO IDEB! Os alunos são os mais variados possíveis e estão na escola por obrigação, depois de apanharem do pai bêbado porque se faltassem perderíam o bolsa família.
O tempo que um professor universitário usa como quer serve na maioria dos casos para o desenvolvimento de pesquisas, sem as quais nosso país estaría na idade da
A bem da verdade muitas pesquisas são completamente inúteis. Como repetir um experimento já conhecido com uma população de um local diferente. Será que vamos testar com todas as populações pra ver o que dá?? Mas científicamente conta, e é publicável. Ou então testar um corante em células de escorpião só pq nunca fizeram antes. A meu ver, sem problemas se tivesse alguma justificativa pra tentativa que não fosse o "ainda não fizeram", como se algo feito antes desse a entender que havería alí uma possibilidade interessante. Mas também conta pra publicação.
Não estou aqui pra dizer que todo pesquisador é inútil. Eu sei bem que assim como existem professores que sentam na carteira e dispensam os alunos, ou abrem o jornal e esperam o sinal bater, existem também os pesquisadores bons e os ruins. Sempre existem os bons e os ruins. O que tenho que ir contra é a discrepância de condições.
Pelo menos no Rio de Janeiro o argumento de que seria muito oneroso pagar bem tantos professores quanto os do ensino básico não cola. Existem verbas suficientes para pagar até o mesmo valor, só no superávit (dinheiro sem destino).
O argumento da dedicação também não me convence nem um pouco, pois já corrigí artigos pra publicação no exterior, e já preparei aulas. Tenho um mínimo de 200 alunos por semestre (no EJA esse número varia por semestre), e um catatau de coisas pra corrigir em casa que varam as 40 horas de trabalho semanais facilmente.
E se fôr pelos títulos menos ainda: já tirei notas maiores que a maioria dos doutores em concursos na área, perdendo apenas por causa dos títulos, além de achar pessoalmente que a experiência de trabalho valeu muito mais que as teorias lidas em artigos. Pelo menos na educação e na engenharía são assim, como me contam os engenheiros bem sucedidos que conheço por conta do meu pai, tb engenheiro e bem sucedido.
Óbviamente criticar é fácil, e não vou dizer que o ensino universitário é uma droga. Assim como o "especialista em educação do jornal nacional" (sic), doutorando que visitou salas de aula pra dizer o que tinha de errado que podia ser melhorado, eu posso dar uma palhinha do que tem a melhorar com os colegas tb.
E além disso, é claro, chamar a atenção da questão que não quer calar: porque afinal a discrepância de valorização?